Este é um copy de 1921 feito por Lillian Eichler Watson, talvez a primeira copywriter mulher da história.
Lilian tinha seu estilo próprio de escrita e sabia muito bem criar cartas com tensão e que mexiam com a ansiedade e o FOMO de seus leitores. Em suas headlines e nos primeiros parágrafos, é possível notar que a autora tentava ilustrar situações constrangedoras para deixar o seu público consciente da utilidade do livro que estava ofertando.
O livro em questão é o “Encyclopedia of Etiquette”. Este livro servia para uma necessidade da época, onde os bons modos eram uma pauta altamente relevante e que afetavam diretamente o status das pessoas. Se você não era uma pessoa que tinha bons modos e não sabia se comportar, automaticamente você poderia ser excluído e julgado pela sociedade.
Você pode ler outra versão de anúncio do mesmo livro, neste link: Mais uma vez ela pediu “uma salada de frango, por favor”.
Essa pauta se manteve relevante por muitos anos, como é possível ver em um exemplo de 1971, que explora a mesma linha de comunicação.
Nenhuma pessoa gosta de se sentir constrangida e envergonhada, isso faz parte da nossa essência desde que nascemos. Nesse (e em outros) copys de Lilian Eichler, é possível ver ela intensificando essa situação para motivar o leitor a tomar a ação de pedir o livro que promete ensinar como evitar problemas como esse.
Apesar de bem exagerado e repleto de perguntas, há um motivo por trás dessa narrativa. Lilian provavelmente estudou a fundo o público que desejava atingir com esse anúncio e sabia que todos aqueles pontos os incomodavam e que fariam qualquer coisa para saber como evitar aquelas situações.
As pessoas também perguntam
Podemos considerar que o copy é direcionado para pessoas no nível 2 (consciente do problema).
O copy fala com um público que já sente sintomas como inchaço, refluxo, fadiga e ganho de peso abdominal, mas ainda não conhece ou não compreende totalmente a causa real (saúde intestinal), nem necessariamente a solução.
Há um esforço explícito de educação e reestruturação de crença ao longo do texto. Esse tipo de abordagem é típica do segundo nível, onde o leitor sabe que algo está errado, mas ainda precisa ser conduzido até a solução e produto.
O copy trabalha fortemente com o sentimento de vergonha disfarçada de frustração.
A emoção, porém, se transforma ao longo do texto em orgulho masculino, com promessas de: resgatar a admiração da parceira ou causar inveja nos amigos.
O texto não fala só de digestão. Ele fala de poder, autoestima, virilidade e prestígio masculino.
O copy usa como mecanismo do problema um elemento invisível que sabota a saúde masculina por dentro. Esse mecanismo é baseado em três fatores interconectados:
Redução das bactérias boas, proliferação de bactérias ruins e intestino lento, danificado e com vazamentos.
Já o mecanismo da solução usa o produto como um reparador intestinal que atua diretamente na causa raiz do problema.
Esse mecanismo de ação é composto por ingredientes específicos, cada um com uma função complementar, focado em reparar o intestino, equilibrar as bactérias e restaurar o funcionamento pleno do corpo masculino.